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ACOPLAMENTO FLEX GROOVED TG1N

  • ACOPLAMENTO: Sua função primária é unir mecanicamente duas extremidades de tubos. Diferente de solda ou flanges rosqueados, ele cria uma junta desmontável.

  • FLEX (Flexível): Esta é uma característica crucial. Indica que o acoplamento não é rígido. Ele é projetado para acomodar uma certa quantidade de:

    • Expansão e Contração: Movimentos lineares da tubulação devido a variações de temperatura.

    • Deflexão Angular: Um pequeno desalinhamento angular entre os eixos dos tubos conectados.

    • Desalinhamento Axial: Uma pequena separação ou aproximação entre as extremidades dos tubos.

    • Absorção de Vibração: Ajuda a atenuar vibrações transmitidas pela tubulação.
      Essa flexibilidade é vital em muitas instalações para evitar tensões excessivas na tubulação e nos equipamentos conectados.

  • GROOVED (Ranhurado): Refere-se ao método de conexão. As extremidades dos tubos a serem unidos possuem ranhuras (sulcos) circunferenciais (sejam elas usinadas ou laminadas). O acoplamento possui “chaves” ou “segmentos” internos que se encaixam nessas ranhuras. O acoplamento é composto tipicamente por:

    • Carcaça (Housing): Geralmente duas metades (ou mais segmentos em diâmetros maiores) feitas de metal fundido (aqui entra o aço!) que envolvem as extremidades dos tubos. As chaves que se encaixam nas ranhuras são parte integral da carcaça.

    • Gaxeta (Gasket): Um anel de vedação de borracha (EPDM, Nitrilo, etc., dependendo do fluido e temperatura) que fica posicionado sobre as extremidades dos tubos, dentro da carcaça. Quando o acoplamento é apertado, a gaxeta é comprimida, criando uma vedação estanque.

    • Parafusos e Porcas: Utilizados para unir as metades da carcaça, comprimindo a gaxeta e travando as chaves nas ranhuras dos tubos.

  • TG1N: Este é, quase certamente, um código de modelo específico de um fabricante. Não é uma norma técnica universal como ASTM, DIN ou ISO. Fabricantes como Tyco/Grinnell (onde “TG” poderia ser uma referência), Victaulic, Shurjoint, etc., utilizam seus próprios códigos para identificar modelos específicos dentro de suas linhas de produtos. Para saber as especificações exatas do TG1N (pressão máxima de trabalho, faixa de temperatura, dimensões, grau exato de flexibilidade angular/axial permitida, material específico da carcaça e da gaxeta, e se possui certificações como UL/FM), é indispensável consultar o catálogo técnico ou a folha de dados (datasheet) do fabricante que designa esse código.

Em resumo: O ACOPLAMENTO FLEX GROOVED TG1N é um componente mecânico específico de um fabricante, projetado para unir tubos com extremidades ranhuradas de forma flexível, permitindo movimentos e absorvendo vibrações, utilizando um sistema de carcaça metálica, gaxeta de vedação e parafusos.

2. Como é Produzido (Foco no Aço da Carcaça):

A produção da carcaça do acoplamento, a parte principal feita de aço, envolve etapas clássicas da siderurgia e metalurgia:

  • Seleção da Matéria-Prima: O processo começa com a escolha da liga de aço adequada. Para acoplamentos ranhurados, o material mais comum para a carcaça é o ferro fundido dúctil (nodular), que tecnicamente é um ferro fundido, não aço (aço tem < 2,11% de Carbono, ferro fundido tem mais), mas possui propriedades mecânicas (especialmente ductilidade) superiores ao ferro fundido cinzento e próximas a alguns aços carbono. Alternativamente, podem ser usados aços carbono fundidos. A escolha exata (por exemplo, ASTM A536 para ferro dúctil ou ASTM A216 WCB para aço carbono) dependerá dos requisitos de pressão, temperatura, resistência à corrosão e normas aplicáveis (como UL/FM, se houver).

  • Fusão: A matéria-prima selecionada (sucata de ferro/aço, ferro gusa, ligas) é fundida em fornos adequados. Para ferro fundido, geralmente se usa um forno de indução ou forno cubilô. Para aço fundido, pode ser um forno elétrico a arco (EAF) ou forno de indução. A composição química é rigorosamente controlada nesta fase, com adições de elementos de liga (Carbono, Silício, Manganês, Magnésio para nodularização no ferro dúctil, etc.) para atingir as especificações desejadas.

  • Moldagem: O metal líquido é vertido em moldes que têm a forma negativa das metades da carcaça do acoplamento. O método mais comum para este tipo de peça é a fundição em areia verde ou processos similares (cura a frio, etc.). Moldes precisos são essenciais para garantir as dimensões corretas, especialmente das chaves internas que engatarão nas ranhuras dos tubos.

  • Solidificação e Resfriamento: O metal esfria e solidifica dentro do molde. A taxa de resfriamento é controlada para obter a microestrutura desejada (por exemplo, a formação de nódulos de grafite no ferro dúctil, que lhe confere a ductilidade).

  • Desmoldagem e Limpeza: Após a solidificação, as peças fundidas são removidas dos moldes (desmoldagem). Elas passam então por processos de limpeza para remover areia aderida e rebarbas, geralmente por jateamento com granalha de aço.

  • Tratamento Térmico (se aplicável): Dependendo da liga e das propriedades finais desejadas, as peças fundidas podem passar por tratamentos térmicos como ferritização (para maximizar a ductilidade no ferro dúctil) ou normalização/têmpera e revenimento (para aços carbono, ajustando dureza e resistência).

  • Usinagem: Embora a fundição busque a forma final, algumas áreas podem requerer usinagem de precisão, como as faces de contato entre as metades da carcaça e, crucialmente, as roscas para os parafusos.

  • Tratamento de Superfície: Para proteção contra corrosão, as carcaças são frequentemente revestidas. As opções comuns incluem pintura (epóxi, esmalte) ou galvanização a quente (revestimento de zinco).

  • Montagem e Controle de Qualidade: As metades da carcaça são inspecionadas dimensionalmente e visualmente. Testes não destrutivos (como ultrassom ou partículas magnéticas) podem ser realizados para verificar a integridade da fundição. As peças aprovadas são então combinadas com as gaxetas e os conjuntos de parafuso/porca correspondentes (que também são produzidos via processos siderúrgicos – forjamento, laminação, usinagem, tratamento térmico). Testes de pressão hidrostática podem ser realizados em amostras ou em todos os acoplamentos, dependendo dos requisitos de qualidade e certificação.

3. Características que Definem a Carcaça como Aço (ou Ferro Fundido Dúctil):

A carcaça deste acoplamento exibe as características intrínsecas dos materiais ferrosos usados em sua fabricação:

  • Composição Química: Baseada primariamente em Ferro (Fe), com adição controlada de Carbono (C) – abaixo de 2,11% para aços, acima disso para ferros fundidos. Contém também outros elementos como Manganês (Mn), Silício (Si), e potencialmente pequenas quantidades de Fósforo (P), Enxofre (S) e outros elementos de liga residuais ou adicionados intencionalmente. No caso do ferro fundido dúctil, a presença de Magnésio (Mg) é crucial para a morfologia nodular da grafita.

  • Estrutura Microcristalina: Após a solidificação e eventuais tratamentos térmicos, o material possui uma estrutura cristalina (ferrita, perlita, cementita, grafita nodular no caso do ferro dúctil) que determina suas propriedades mecânicas.

  • Propriedades Mecânicas:

    • Resistência: Capacidade de suportar as tensões geradas pela pressão interna do fluido na tubulação e pelo torque de aperto dos parafusos. Definida pelo limite de escoamento e limite de resistência à tração.

    • Ductilidade: Capacidade de deformar plasticamente antes de fraturar. Essencial para a função “Flex” do acoplamento e para a segurança (evita fraturas frágeis). O ferro fundido dúctil é notável por ter uma ductilidade significativamente maior que outros ferros fundidos.

    • Dureza: Resistência à penetração e ao desgaste.

    • Tenacidade: Capacidade de absorver energia e resistir à propagação de trincas.

  • Propriedades Físicas: Densidade, condutividade térmica e elétrica características dos materiais ferrosos.

  • Suscetibilidade à Corrosão: Como todo material à base de ferro, é suscetível à oxidação (ferrugem), daí a necessidade dos revestimentos protetores.

  • Processabilidade: A capacidade de ser conformado por fundição e posteriormente usinado demonstra sua natureza metálica ferrosa.

Em suma, o acoplamento TG1N, especificamente sua carcaça, é um produto da engenharia de materiais e da siderurgia/metalurgia, utilizando as propriedades robustas e versáteis do aço fundido ou, mais provavelmente, do ferro fundido dúctil, para criar uma solução de conexão de tubulações confiável e funcionalmente flexível. A designação TG1N aponta para um produto específico cujos detalhes finos residem na documentação do seu fabricante.

abril 8, 2025
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